domingo, 29 de julho de 2012

Yamaha Hyper Modified T-Max: Quando menos é mais



Carlos Bazela
Na última edição do Salão de Milão (EICMA), um pavilhão se destacou entre os 58.200 m² do Fiera Milano. Realizado pela primeira vez no evento italiano, o EICMA Custom foi um espaço onde customizadores e moto clubes europeus puderam mostrar suas criações. Além disso, houve um desafio proposto pela Yamaha, no qual as oficinas de Roland Sands, Ludovic Lazareth e Marcus Walz deveriam apresentar a sua releitura da power custom V-Max. Cada customizador recebeu uma moto no início do ano e tinha até a data de abertura do Salão para entregar seu projeto.
Em 2012, a marca japonesa repetiu o desafio, mas aumentou a dificuldade. Desta vez, ao invés de oferecer uma das customs – ou cruisers, como preferem chamar nesse contexto para evitar confundir com as motos customizadas – como as da família Star, por exemplo, a Yamaha optou pelo maxi-scooter T-Max. O desafio foi lançado ainda no ano passado para que as três oficinas tivessem tempo hábil para criar seus T-Max até o próximo evento.
Um dos projetos já está pronto. O primeiro a cumprir a meta foi o alemão Marcus Walz que apresentou sua versão do maxi-scooter europeu no final de maio e, segundo ele, foi uma experiência atípica. “Alguns dos meus clientes me viram modificando o T-Max e perguntaram se eu tinha enlouquecido. Agora que viram o resultado final, muitos deles compraram o scooter da Yamaha”, conta ele.
Simplicidade esportiva
Normalmente, um projeto de customização se destaca pela habilidade do autor em se distanciar do modelo original de produção. Marcus Walz optou por seguir a direção oposta. Enquanto as outras oficinas estão – nas palavras da própria Yamaha – refazendo o maxi-scooter desde o chassi, o alemão optou por mexer o mínimo. “Tentei manter o scooter ‘limpo’ e reconhecível como um T-Max. Eu não queria criar uma nave espacial”, explica o customizador,
A pintura azul com grafismos brancos, característica da marca dos três diapasões, e o parabrisa menor com vidro escuro deram ares mais esportivos ao modelo. Característica reforçada pelo escapamento Akrapovic que deixa a traseira do T-Max ainda mais parecida com a da superesportiva YZF-R1 e também pelo novo guidão. “Eu modifiquei o guidão para ficar com um aspecto mais radical, como uma naked, e montei os espelhos retrovisores nas pontas, o que o deixou com a imagem de uma cafe-racer”, comenta Walz.
Para criar o visual esportivo, o T-Max precisava perder peso. Portanto, Walz removeu a alça de apoio da garupa e a maior quantidade possível de painéis plásticos. Aqueles que não puderam ser removidos foram trocados por fibra de carbono. As substituições dessas peças em conjunto com a troca do escapamento e da bateria o deixaram-no 14 kg mais leve. Um “regime” considerável para um scooter de grande porte.
Mantendo as origens
Toda a esportividade dessa versão do maxi-scooter se resume, entretanto, ao visual. O Hyper modified T-Max mantém o propulsor de dois cilindros paralelos de 530 cm³ com comando duplo no cabeçote (DOHC) capaz de gerar 46,5 cv de potência máxima a 6.750 rpm. O torque máximo também continua os mesmos 5,3 kgf.m a 5.250 giros por minuto.
Mudanças na ciclística também ficaram de fora do projeto. O maxi-scooter preparado por Marcus Walz conserva o chassi de alumínio de sua versão de série e as suspensões também não foram trocadas, permanecendo com curso de 116 mm na balança traseira e 120 mm no garfo dianteiro.
Ao contrário do que reza a cartilha da customização, o fato do scooter se manter fiel ao seu estilo não é necessariamente algo ruim, uma vez que isso o mantém completamente funcional, algo que o próprio Walz confirma. “Eu pretendo ficar com ele. É perfeito para a cidade e também muito legal por ser tão diferente. Gosto muito de pilotá-lo. Acho muito mais prático na cidade do que uma moto que eu preciso trocar a marcha, E ainda por cima, ele também chama atenção”, finaliza.
Quem é Marcus Walz
Nascido em 1967, em Heidelberg, na Alemanha, Marcus Walz passou as décadas de 1980 e 1990 nas pistas de corrida como piloto em alguns momentos e como mecânico em outros. Após sofrer um grave acidente em 1990, Walz decidiu deixar de correr e se dedicar aos seus trabalhos como mecânico. Em 1992 montou sua oficina em um galpão e transformou sua primeira moto, uma antiga Harley-Davidson que havia sido vendida para sucata.
No ano seguinte, o alemão fundou sua oficina, a Walz-Hardcore Cycles, e desde então é procurado por diversos admiradores para criar modelos exclusivos. Entre os poucos customizadores que não residem nos EUA, Marcus Walaz participou do programa Biker Build-Off do Discovery Channel e já criou motos para os pilotos de Fórmula 1 Kimi Raikkonem e Sebastian Vettel.
Fotos: Divulgação

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