Segundo especialistas, sistema reduz até 10% consumo de combustível.Saiba o que é câmbio manual, automático, automatizado e overdrive.
Câmbio automático CVT tem marchas 'infinitas' para diminuir trancos |
Câmbio manual trabalha em conjunto com a embreagem |
O CVT (Continuously Variable Transmission) oferece relações de marcha continuamente variáveis, ou seja, pode-se dizer que este tipo de transmissão tem marchas infinitas. Isso é possível porque esta tecnologia não possui engrenagens, exatamente o que a difere de um câmbio automático tradicional. O câmbio CVT possui duas polias de diâmetro variável, unidas por uma correia metálica de alta resistência. Dessa forma, o sistema permite uma aceleração contínua, sem trancos, o que dá a impressão de que o carro nunca troca de marchas.
“Esta é uma solução muito apropriada para carros com motorização até 2.5 litros. Mais do que isso, o custo deste tipo de transmissão fica muito caro”, afirma o engenheiro e conselheiro da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Francisco Satkunas.
Os modelos com câmbio CVT vendidos no Brasil atualmente são o Nissan Sentra, Renault Fluence e Jeep Compass, todos importados. A expectativa é que, ao oferecer economia de combustível, esse tipo de câmbio seja cada vez mais adotado, fazendo com que o volume de produção nas montadoras seja suficiente para o custo desse tipo de tecnologia cair. E é exatamente isso que o Inovar Auto quer estimular.
Câmbios manuais x automáticos
A transmissão automática pode reduzir em até 2% o consumo de combustível em relação à manual (Foto: Divulgação |
A transmissão automática pode reduzir em até 2%
o consumo de combustível em relação à manual
Já a transmissão automática traz um conjunto de engrenagens “planetárias”, que é um jogo igual ao das engrenagens utilizadas na manual, mas concentrado em uma única peça. Para que o sistema funcione, existe um componente chamado de conversor de torque, que faz a função de embreagem. Este item faz um acoplamento hidráulico que permite que o motor gire de forma independente da transmissão.
Assim, se o motor girar mais lentamente, a quantidade de torque que passa pelo conversor é menor. Se o motorista acelera, o motor bombeia mais fluido para dentro do conversor de torque, o que faz com que essa força seja transmitida às rodas. “A vantagem das transmissões automáticas e automatizadas no trânsito é o que tem popularizado este tipo de tecnologia”, avalia Satkunas.
Borboletas no volante são usadas para as trocas
no câmbio automático sequencial e automatizados
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A tecnologia traz o recurso “Block Shifting”, que reduz, por exemplo, de 8ª para 4ª marcha, dependendo da demanda. Outra tecnologia faz com que a transmissão corte a aceleração quando detecta que o motor está na rotação ideal para o torque que foi entregue. As vantagens da transmissão de 8 velocidades são as mudanças de marcha mais rápidas e suaves e a melhor eficiência de combustível.
Câmbio automático sequencial
Existe ainda uma variação do câmbio automático chamada de “automático sequencial”. Esse tipo de câmbio é um modelo automático que tem como opção as trocas manuais, ao comando do motorista. Porém, esse “manual” só troca as marchas em sequencia, ou seja, não dá para ir da terceira para quinta sem passar pela quarta, por exemplo.Essas trocas podem ser feitas pela alavanca (sentido "+" e "-") ou por borboletas no volante. É por causa dessa opção, que muitos confundem o câmbio automático sequencial com os automatizados. Mas uma tecnologia é diferente da outra.
Câmbios automatizados
As montadoras desenvolveram os câmbios automatizados em parceria com seus fornecedores para ajudar o motorista a descansar o pé esquerdo, mas sem gerar grandes custos, o que encareceria o produto. Cada uma delas dá um nome para o seu sistema, como acontece com os motores bicombustíveis. Na Fiat, o câmbio automatizado é o Dualogic; na GM, Easytronic; e na Volkswagen, I-Motion, por exemplo.
Câmbio automatizado parece automático, mas tem
mesma dinâmica do manual
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No entanto, as transmissões automatizadas têm respostas mais lentas e os “trancos” são mais sentidos. Para reduzir isso, a opção atual das montadoras é a adoção da dupla embreagem, como no novo Ford EcoSport, embora essa tecnologia gere um custo adicional. Com ela, o desempenho fica mais parecido com o de um câmbio automático. Com tal recurso, é possível aplicar os câmbios automatizados em carros mais potentes sem perda do desempenho.
A dupla embreagem surgiu para veículos de competição, que necessitam de troca de marchas mais rápida. Ela trabalha com dois conjuntos de disco de fricção. Um deles agrega as marchas pares, o outro, as ímpares. "Quando a primeira está engatada, a segunda já é colocada 'em espera' na outra embreagem e, assim, sucessivamente", descreve Satkunas.
Conforme o motorista aumenta a pressão no acelerador, os engates e desengates são feitos de forma muito mais rápida. Todo o movimento é controlado eletronicamente. Com isso, a marcha não “arranha”, como acontece em um carro normal e o consumo de combustível também é reduzido.
Overdrive
Há ainda um recurso chamado overdrive, utilizado por poucos carros atualmente. Nada mais é do que um “alongador” de marcha — o mecanismo permite um ajuste “artificial” para o carro manter a velocidade em baixa rotação, aproveitando melhor o combustível. “Isso era muito usado antigamente, quando as transmissões automáticas tinham apenas 3 marchas”, explica Orikassa.
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