sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vendas saltam 27,7% em junho, mas produção recua 7,1% no semestre

 
General Motors 
O balanço de produção e vendas do mês de junho, divulgado nesta quinta-feira (5) pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), revelou um cenário preocupante para a industria automobilística nacional. Nos emplacamentos, o mercado se recuperou das sucessivas quedas registradas desde janeiro, com um crescimento expressivo de 24,2% no total de entregas - foram 340.611 unidades vendidas em junho, contra 274.278 carros em maio. Contudo, no acumulado do primeiro semestre do ano, que totalizou 1.631.748 unidades, houve um recuo de 0,4% na comparação com as 1.638.044 de veículos comercializados no mesmo período de 2011. E a produção, que havia recuado com as seguidas baixas nas vendas até maio, já acumula uma retração de 7,1% em 2012.
De janeiro a junho, foram produzidos 1.474.460 veículos ante os 1.587.531 modelos fabricados no primeiro semestre do ano passado. Em junho essa diferença foi razoavelmente menor (1,8%), com 261.333 automóveis e comerciais leves contra 266.027 montados em maio. Mesmo assim, a diferença entre os volumes de produção e vendas indica um descompasso que pode ser atribuído aos incentivos ficais do governo, que baixou novamente o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no fim de maio e, desta vez, também baixou juros do IOF (Imposto sobre Operações Financeira) e liberou parte do compulsório, para facilitar o acesso ao crédito. Só que essas medidas têm prazo de validade, vão até 31 de agosto. E agora a duvida é como o mercado brasileiro vai reagir quando os incentivos acabarem.
E no segundo semestre?
O salto nas vendas produzido pela redução do IPI foi tão forte que alguns executivos da indústria já sinalizaram, pelos corredores, preocupação com o fim das medidas que chegam a zerar a alíquota, no caso dos populares 1.0 litro. Mesmo assim, segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, não há qualquer expectativa da associação das montadoras sobre uma possível extensão dos benefícios concedidos pelo governo. "Estamos trabalhando dentro do prazo que foi definido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e não esperamos que os incentivos sejam estendidos após a data definida (31 de agosto). A expectativa é de que a economia volte a girar normalmente após esse período", esquiva-se Belini, que também preside a Fiat do Brasil.
Após medidas do governo, estoques caíram de 43 dias (409,7 mil unidades) para 29 dias (342 mil) em junho
Em relação aos benefícios gerados pela redução dos juros do IOF, e a liberação de parte do compulsório, Belini foi menos comedido, e afirmou que as financeiras não voltarão a oferecer planos de financiamento com prazos tão dilatados como ocorreu em 2009, mas que as mexidas baixaram significativamente a restrição ao credito para consumidores - em especial os de classes menos favorecidas. "Melhorou muito, destravou, mas não estamos nos níveis do passado, nem próximos dos que gostaríamos. O reflexo da inadimplência causada pela facilidade de credito esta aí, mas houve também uma mudança de curso na economia, e isso pode ter acelerado essa inadimplência. A boa notícia é que esse atraso de pagamentos de prestações até os 90 dias está diminuindo", disse.
Pelo balanço da Anfavea, foi o melhor junho da história e o segundo melhor mês em vendas de todos os tempos no país. Isso, diante do volume de empregos, acalma a situação nas montadoras, que seguem com os quadros estáveis em relação a 2011. Do todo, só as exportações seguem em baixa, com 12,5% de retração no primeiro semestre desse ano. Até agora foram enviadas 207.951 carros ao exterior, contra as 237.713 unidades somadas entre janeiro e junho de 2011. Só que a alta do dólar já começa a refletir positivamente no cenário. Na comparação entre junho (32.873) e maio (23.940), o avanço foi de 37,3%, percentual bastante animador para as fabricantes de veículos instaladas no país.
 
 
Fonte: Auto Esporte.

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